Quando em teu rosto tardio
O bafo das noites
D'orgias
Serei-me nos açoites
Da dor pungente dos dias
A verter lágrimas de dorido silêncio!
Quando em teu hálito a miúdas
Whiskies e cavalgadas
D'avenidas de prazer
Serei o rosto de mulher
A vigiar-te as noites
Guardando-te os espasmos dos meus limites!
Quando na correnteza da noite
Tropeçares amanheceres
E gemidos de mulheres
Serei um qualquer zénite
A rezar-te a demora nas noitadas
A velar-te os passos nas estradas!
E serei tímida
Reservado águas quentes
À doçura do teu pólen
Serei-me em teu cheiro másculo d'homem
Gemidos ardentes
E suspiros em minha janela húmida!
Serei-me de vigília
A vigiar-te os passos da noite
Álcool, tabaco, música e prostitutas
Serei o amanhecer do dia
Uma porta um convite
Migalhas do teu pólen em minhas águas sedentas!
Luanda, 24 de Abril de 2008
Décio Bettencourt Mateus
In Xé Candongueiro*
* Mini autocarros que fazem serviço semelhante a táxi.
8 comments:
Quem é vivo sempre aparece!
E ainda tráz um belo poema.
bjs.
Fatima obrigado pela visita (sempre benvida) e elogio.
Kandandu
Meu caro:
Adicionei o seu Mulembeira à Feira de Blogues do Balaio. Voltarei a publicar alguns de seus poemas, em breve.
Abraços.
Moacy. Obrigado. Eh um prazer imenso.
Os meus poemas sentem-se honrados. Eh so escolher.
Kandandu.
Xé mano!!! Parabens pelo novo livro, pela aragem deve estar de arrasar...
Kandandu
Mano Namibiano, obrigado.
Quando tiver mais exemplares, prometo enviar te um.
Kandandu
olá décio,
obrigada pela visita, que honra :)
belíssima essa poética, essa "putaria" tão pungente.
eu volto.
um beijo :)
Nina: sua visita é bem-vinda e recebida com alegria. Confesso que não tinha visto as coisas no prisma de "putaria" tão pungente.
Bem mas afinal acaba tendo razão; é mesmo muita put...!
Post a Comment