Thursday, October 05, 2017

UM SARGENTO DE MORTE

Um homem caminha pernas e músculos
relaxe nos calções, sandálias
tempos cálidos, praias
banga no olhar escuro nos óculos
afadigado pedestre comum
viaja sonha cousas d´espaço algum.

Um homem vem sentar-se nas mãos o funje
da terra deliciar saborear
peito nu correntezas d´ar
línguas sons da terra kissanje
gargalha caminha pai de família
na igreja bebe embriaga-se d´homilia.

Um sargento caminha nas botas as tardes
aprumo camuflado militar
metralhadora canos alardes
mira de morte indefesa gente a deambular
uma Kalashnikov pólvora e balas
cinturões cartucheiras e mochilas.

Kalashnikov ordens superiores no cérebro
patentes de morte no ombro
dedos unhas gatilho metal
a manipular premir letal
uma culatra olhar mirado,
um homem um outro antes de família, armado.

À noitinha agacha-se de vulgo no leito
geme dorido um filho gritarias de fome
ronca descansa intranquilo sono e dorme
ordens de morte Kalashnikov no peito
olhar fumegante morte a pedestre gente:
é vítima severa servente (des)inocente!

Décio Bettencourt Mateus

Luanda, 20 de novembro de 2011.


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