O meu amo em fúrias
E falas de arrelias
Aportou mal-humorado ao palácio
Dos sonhos e silêncio
E num estrondo resoluto
Gritou ser amo e amante absoluto!
Trovejou fortes trovoadas
Arregaçou uma camisa
De costas corroídas de pobreza
E magreza
Trovejou às paredes de casa
E tempestuou páginas revoltadas!
Mostrou um peito desmusculado
Diluído em mágoas de álcool
E cansaços de sol
Um velho-peito-robusto
Desgastado e agastado
Em magras costelas de desgosto!
Gritou gestos abruptos
No vazio das panelas
Dos bolsos rotos
Gritou desespero às janelas
E resmungou um silêncio amuado
Um silêncio, o meu pobre amado!
Depois procurou meus mistérios
E o mansinho dos delírios
Conduziu-me a novos portos
Ressonou a nova aurora
Com ventos d’outrora
Ressonou um sonho de gemidos fartos!
Décio Bettencourt Mateus
in Xé Candongueiro.
Luanda, 23 de Abril de 2007.
11 comments:
Décio, eu adoro o modo como trabalha as palavras, coisa mais linda, mesmo tratando de temas não doces.
Amo é tudo assim, né? melhor amor...
Um beijo transatlântico.
Ótimo, sempre ótimo Décio.
Bjs.
Meu caro,
Você está no Balaio,
hoje.
Kandandu.
Estás no Cores & Palavras, nao com o poema anterior, como prometi, mas com este que está maravilha. Depois publicarei o outro...
Kandandu
Feliz Natal e optimo ano 2010, extensivo a toda a familia.
Décio,
Os teus poemas já não são uma surpresa...
Difícil é a escolha, meu amigo.
Lindo.
Um abraço
(Me)nina: Então a arte não é assim mesmo, fazer prazeiroso amostras da realidade? Acho que é assim que concebo a arte no geral.
Obrigado por vires e comentares.
Fátima: obrigado pela atenção e simpatia. Volte sempre.
Meg amiga: meu prazer.
Kandandu.
Oi Decio, eu sempre estou aqui,
vim te desejar um feliz Natal e um ano novo cheio de realizações.
Bjs.
Mano, registei teu blog no The BOBs
http://www.thebobs.com/index.php?l=pt
Décio,
Venho deixar-te os meus mais sinceros votos de um
FELIZ ANO NOVO...
com muita saúde, paz e alegria.
Um abraço
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