São Pedro na inocência
Das alturas dos céus
Desvenda véus
Vaidades
E intranquilidades
De fatos e gravatas de importância!
São Pedro na abundância
Dos céus das alturas
Desenrosca torneiras
E ordena águas:
A minha cidade um mar de lagoas
E enxurradas de putrescência!
Os pés encardidos andantes
Nas pernas das gentes
Marcham palmas
Chafurdam lamas
E galopeiam riachos e pântanos
De corroídos abandonos!
Caminhares lamacentos
Arrastam lamaçal d’avenidas
Enlameadas
A minha cidade jardim de desencantos:
Gravatas luzidias
Mentem o anoitecer dos dias!
Águas e lamas pastosas
Molestam casas
Vozes vomitam lágrimas
Mãos à cabeça lamuriam problemas:
É que São Pedro na sua inocência
Desnuda vergonha d’apetências!
Décio Bettencourt Mateus
in Xé Candongueiro.
Luanda, 6 de Dezembro de 2007.
4 comments:
Belíssimo, amigo!
Bjs.
Fátima: Mulembeira se alegra com as tuas visita e comentários.
Kandandu.
Décio,
Mais um poema belíssimo que fala de "coisas" que tanto nos dizem!
Um dia vou querer comprar um livro teu.Diz-me como.
Um abraço
Olá Meg: és sempre bem vinda à Mulembeira. Bem vamos fazer com que "Xé Candongueiro" voe até a tua casa. Vamos fazer isso sim senhor!
Kandandu.
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