São de poesia
os passos distraídos
os passos distraídos
que galgo num Sol ardente
do meio-dia
dum qualquer dia distante
a ecoar meus passos enluarados.
São de poesia
as voltas sem destino que trilho
a errar a Mutamba
a sofrer tuas malambas…
a dualidade do brilho
da vida a sorrir-me durezas e
cortesia.
E também a dor
o peso que sinto
nas imbambas de sustento
carregas na cabeça de zunga
a galgar distância longa
é também poesia a dureza deste labor!
A desarmonia
tua fome que me rói também
nas fúrias do homem
emporcalhado
d’embebedado
são espinhos da minha poesia.
Outrossim são poesia
as caminhadas solitárias
a descobrir poesia nas areias
do chão por ti galgado
e trilhado
são de poesia as minhas trajectórias!
Décio Bettencourt Mateus.
in Gente de Mulher
in Gente de Mulher
Luanda, 30 de Agosto de 2006.
2 comments:
Sem dúvida, tudo é poesia!!
Basta que o poeta o queira e o sinta.
"E também a dor o peso que sinto nas imbambas de sustento carregas na cabeça de zunga a galgar distância longa é também poesia a dureza deste labor!"
Kandandu, mano!
Obrigado mano. Kandandu.
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