Uma maré de leis
Adormecidas em papéis
Uma severidade de martelo
Martela a sala
E o réu treme o cabelo
E se cala!
A toca do Juiz ajuiza
Uma sentença
De laboratório
O réu suspira um murmúrio
De esperança
E o Juiz ajuiza a causa!
Meritíssimo, o réu é inocente
Bradará a voz do céu
Na voz da gente
Da defesa do réu
E o Juiz ajuiza soberano
Montado no trono!
Meritíssimo, elevados
E importantes serviços prestou à nação
O réu. Rogamos absolvição
Bradarão advogados
O martelo da justiça martela
E a sala se cala:
Conduzam o réu à cadeia!
Sentenciará uma (in)justiça
De sentença
A multidão das gentes
Em surdina protesta e vaia:
Inocente, inocente, inocente…
O martelo da (in)justiça pavoneia
E (re)sentencia
Insistente:
Conduzam o réu à cadeia!
Inocente, inocente, inocente…
Clamará a surdina de enfurecida gente
Luanda, 26 de setembro de 2007.
in "Xé Candongueiro"
2 comments:
Oi mano,
Voltei. Como foi o lancamento??? Tudo correu bem? Espero que sim, estou levando o poema para o cores e palavras
Kandanduééééé
Mano Namibiano: benvindo regresso! A poesia reclamava já por isso. E votos que o braço esteja bem melhor. Concerteza que o "Julgamento" irá feliz, a saltitar, contigo.
Kandandu.
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