Debitas-me silêncios
E reticências…
Quando na dureza da voz macia
Dos teus lábios
Ornamentas flores e lavras
No silêncio das tuas palavras!
Debitas renúncias
E crucificas-me as mazelas:
Teu olhar fala-me paisagens
Rosas e margens
A brincarem às estrelas
Quando finges silêncios e reticências…
E na dureza da ausência
Um sopro distante
Angustiante
Um silêncio de melancolia
Na voz da noite do luar
Uma eternidade nos dias a folhear!
Debitas-me silêncios
E açoites de negativas
Em palavras altivas
À noite murmuras balbucios
Ao frio d’almofada
E lamurias nossa paixão crucificada!
Asseveras-me a justiça
A transbordar motivos mil
Flechas e açoites
No mistério do frio das noites;
Uma taça
E champanhe: a noite convida-nos dócil!
Décio Bettencourt Mateus
in "Xé Candongueiro".
11 comments:
gosto da forma como escreves, não debitas silêncios, creditas as palavras.
Salvador: Mulembeira alegra-se com a tua visita e teu comentário elogiante.
Tua visitas são benvindas.
Kandandu (abraço).
Mestria neste poema!!!
Kandandu
Thanks Namibiano.
Aiue meu mano!!!
A cada dia more in love with Xé Candongueiro!!!
Kandanduééééé
Namibiano: fico feliz. Muito feliz mesmo. No final das contas escrevemos e ansiamos que o nosso produto seja agradável e útil.
Kandandu.
palavrivências,
paisagens.
verbovivências,
silêncios.
Que bonito este poema...
Gostei mesmo!
Kandando
Obrigado José Sousa. De considerações elogiosas se alimenta também a alma criativa do poeta.
Kandandu.
Adorei a sua escrita. Poemas lindos, de uma grande vivência e sensibilidade!...
Gosto muito dos escritores africanos, talvez porque também eu tenha vivido os melhores anos da minha vida em Angola...
Posso partilhar alguns dos seus poemas?
Kandandu
Odete: muito agradecido. Concerteza que sim, pode partilhar os meus poemas. O prazer é meu.
Kandandu
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